7 de janeiro de 2011

Quando dói o coração

"Quando dói o coração, todo o corpo dói.

Por que permitimos que as pessoas entrem assim tão dentro de nós a ponto de sairem carregando um pedaço de nós quando partem?

Por que nos damos tanto, nos entregamos tanto, nos deixamos tanto em mãos não tão cuidadosas dos nossos sentimentos?

Deveríamos aprender a ficar na margem, olhando de longe a paisagem calma e nos satisfazer dessa visão, como quem se fascina com uma miragem.

Mas não nos satisfaz olhar.

Humanos que somos, precisamos absolutamente sentir, ao risco de nos afogar...
e mergulhamos inteiramente.

E, pela vida fora, vamos mergulhando
em promessas de amor eterno,
felicidade infinita e mar de rosas.

Não nos questionamos sobre probabilidades
de perdas e decepções, pois só de pensar já é doloroso.

Dói... dói... dói e dói!...

Mas isso não nos vai impedir de continuar, não nos vai impedir de viver.

Pedaços de nós são ainda partes de nós
e ninguém disse que precisamos chegar à velhice
inteiros e sem marcas.

Isso é vida!

Não desistir, manter-se de pé, doendo, mas de pé,
cabeça erguida na direcção do desconhecido
e peito cheio de esperança que a próxima vez será diferente.

Grandes artistas obtiveram o melhor das suas obras
nos grandes momentos de aflição e dor.

Faça o mesmo:
Mostre o que de grande há em você tirando partido das suas decepções!

Construa-se!!!

Tenha em mente que não é você que não foi digno daquele amor,
mas aquele amor é que não foi digno de você.

E se faz parte da vida caminhar entre flores e espinhos,
não se esquive do caminho.

Caminhe!!!

Amanhã talvez seja diferente.

E talvez não.

Mas entre as subidas e descidas, você vai ter sobrevivido.

E vai ter, sobretudo, vivido."


Letícia Thompson

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