7 de janeiro de 2011

Que entenda

“Que o outro saiba quando eu estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não se vá embora batendo com a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta. (...)
Que se estou apenas cansada, o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais. (...)
Que se estou numa fase ruim o outro seja o meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo 'Olha que estou a ter muita paciência contigo!' (...)
Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou a conseguir ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa – uma mulher."

Lya Luft 

Sem comentários: