30 de outubro de 2008

Rio das Flores

Terminei de ler o " Rio das Flores". Gostei bastante, mas gostei mais do " Equador".
O livro é denso... muito denso! Muita descrição de factos políticos da primeira metade do século XX, logo... Salazar. Eu como não sou fã desta época, não gostei muito. Penso que pelo menos umas duzentas páginas a menos era bom. Também houve descrição de cenas da 2ª guerra, as quais passei completamente á frente. Não acho mal que o escritor as tenha feito, estavam no contexto, estão lá para quem goste do assunto, mas eu não leio sobre guerra e não vejo filmes sobre guerra. Gostei muito das descrições de Valmonte no Alentejo. Aquela atmosfera alentejana, os rituais dos trabalhos da casa e das colheitas. Para mim Alentejo é mesmo maravilhoso! E ainda é um pouco como foi descrito... Da Fazenda Águas Claras, simplesmente adorei a maneira como foi descrita. Que faz mesmo sonhar com o universo Brasil daquela época...
Quanto ao enredo em si, achei uma estória bonita, mas muito previsível. Faltavam umas 150/200 páginas para o fim e já o adivinhava.
De qualquer modo, recomendo a leitura deste livro.

Copio aqui dois parágrafos que me ficaram na memória:

Pág. 141 - linha 14


"...os filhos e filhas dos ricos eram quase sempre mais bonitos e atraentes do que os filhos e filhas dos pobres. Alimentavam-se melhor, iam aos médicos, tratavam dos dentes, vestiam-se á moda e cuidavam-se bem mais. Falavam mais bonito, aprendiam maneiras e frequentavam-se apenas uns aos outros."


Pág. 583 - 2ª parte


" Quem nunca sofreu por amor nunca aprenderá a amar. Amar é o terror de perder o outro, é o medo do silêncio e do quarto deserto, de tudo o que se pensa sem poder falar, do que se murmura a sós sem ter a quem dizer em voz alta. É preciso sentir esse terror para saber o que é amar. E, quando tudo enfim desaba, quando o outro partiu e deixou atrás de si o silêncio e o quarto deserto, por entre os escombros e a humilhação de uma felicidade desfeita, resta o orgulho de saber que se amou."

2 comentários:

Anónimo disse...

Eu então fiquei surpresa quando o livro acabou, acho que havia ainda muita estória por contar...se a mãe foi ao brasil, se nunca mais casou, como foi a aceitação do romance da Amparo com o cunhado...sei lá...mas assim nunca mais acabava né?
Bjs Mvoa

Miss Borboleta disse...

Até dá vontade de sermos nós a continuá-lo! Já ouvi que há por aí um sítio que é deste género, continuação de estórias de livros, novas versões, novos finais... Vou ver se descubro!